GUARDIÕES

Toda terra tem seus protetores, esses seres míticos que nos acompanham por eras e por religiões. Em Noronha, ilha cheia de lendas e contos, os nossos protetores estão em todas as partes e nós podemos vê-los. Uma pesquisa feita com a comunidade local nos trouxe até os nossos Guardiões, seis grandes pilares que protegem o patrimônio vivo, cultural e histórico que é Noronha. Os Guardiões não são apenas pessoas ou lendas vivas deste arquipélago. Como referências, nos ensinam que devemos cuidar, dia a dia, da nossa identidade, das nossas belezas naturais, do olhar verdadeiro em relação ao outro e, principalmente, da nossa evolução. Reconhecer-nos em nossos irmãos é reconhecer nossa luta e nos orgulhar do nosso caminho. Seriam eles lendas do passado baseadas em histórias verídicas? Ninguém poderia afirmar… Esta exposição reflete a essência de Noronha e de quem vive aqui. Um legado do presente para a eternidade.

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SEU DOMÍCIO

Dizem por aí que ronda um homem alto. Fala alto e fala forte. Trabalhou para criar em Noronha um espaço que dá voz ao povo. Tem orgulho de suas origens na Ilha, desde os tempos do presídio. Entre a prisão e a liberdade, seu Domício, hoje, prefere o direito de ser livre e se expressar. Em sua história carrega amor, cuidado e respeito pelo que construiu em Noronha. Esse é o seu maior legado. Seu Domício, 71 anos, participou da criação do Parque Nacional Marinho. Primeiro nativo a administrar Noronha, instituiu a criação do Conselho Distrital.

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MAGUINHO

Muitos já ouviram as histórias do Saci-Pererê, Caipora e Curupira, seres travessos que protegem as matas do Brasil. Poucos sabem que em Noronha habita o pai deles. Anda pela ilha, forte, imponente, protetor. Ah, se Maguinho pega algum de seus filhos fazendo travessuras na mata… Por aqui, cuidar da natureza é coisa séria, feita com amor, dedicação e consciência ambiental. Marcos Aurélio, 54 anos, é agente fiscalizador do Parque Nacional Marinho de Noronha. É lembrado por ser exemplo à comunidade no trato da preservação do meio ambiente através da educação.

Quem nunca ouviu a história de uma menina espevitada, cheia de si e cheia de sonhos, que ronda Noronha trazendo alegria por onde passa? Olhava a Ilha, tão bela e serena, e resolveu tudo agitar! Logo rodopiou de lá pra cá, feito redemoinho. Produziu música, dança, pastoril, tradição e conexão. Dona Nanete, quem nunca ouviu? Faz fogueira e figurino, faz a cultura de Noronha acontecer! Dona Nanete, 87 anos, é produtora cultural. Fundou o Maracatu Nação Noronha, a Paixão de Cristo e as quadrilhas de São João, entre outros. Em 2018, foi reconhecida como Mestre da Cultura Popular pela Secretaria de Cultura do Governo Federal. Em 2019, concorreu como Patrimônio Vivo da Cultura no Estado de Pernambuco.

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DONA NANETE

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DONA NICE

Reza a lenda que em Noronha há uma mulher guerreira, que planta seu próprio alimento e distribui aquilo que a Terra lhe dá em abundância. Chegou o momento em que essa mulher foi chamada para fazer sua voz ser ouvida. Dona Nice, empática e solidária com seus irmãos da terra, assumiu o posto de Conselheira Distrital. Conselheira de seus amigos, pois é mulher sábia, e Conselheira do povo, pois é mulher dedicada e lutadora. Dona Nice, 75 anos, é uma das primeiras agricultoras da Ilha. Por 22 anos seguidos, foi eleita pelos ilhéus para assumir a cadeira de Conselheira Distrital. Para ela, é preciso ler, estudar e conhecer.

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SEU RENÉ

Se perceber, à noite ou nas primeiras horas do amanhecer, alva cabeça a cruzar a ilha da Rata à Sapata, poderia-se dizer estar vendo mais uma lenda de Noronha. Que mania é esta, menino! De correr ao invés de caminhar? A princípio era solitário, mas logo juntou mais um e outro para o acompanhar. Hoje, quem diria! Maluco é quem não corre a corrida do Seu René Jerônimo! Seu René, 79 anos dedicados à saúde, ao esporte e à cidadania em Noronha. Ex-chefe dos escoteiros e criador da já tradicional corrida de rua René Jerônimo, com 15 km, em sua nona edição.

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ORLANDO

Você já ouviu as histórias de lobos em Noronha? E as histórias do velho lobo-do-mar? Contam que depois de tantas embarcações que por aqui passaram, da Nau de Américo Vespucci à Corveta Ipiranga, foi só mesmo com a chegada do Véio que o mar se deixou domar. Desde a proa do seu Feliz Navegante, seu Orlando assume a pesca e o cuidado com o mar e a natureza. Sagaz marinheiro, há boatos de que até sozinho seu barco já viajou para ir atrás do seu dono. Seu Orlando, 65 anos, é pescador e presidente da Anpesca, Associação Noronhense dos Pescadores. Cuida dos barcos e da vida marinha. Filho e irmão de pescadores, ele sabe que quem cuida do mar recebe de volta o sustento que necessita.

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